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História do tricô...

Apesar de não haver nenhum registro histórico, originalmente como na maioria dos métodos têxteis, tricotar era provavelmente uma prática entre os homens, enquanto as mulheres produziam os fios.

Pela falta de fatos e registros históricos, tricoteiras tem usado sua imaginação para criar histórias recheadas de glamour para seu trabalho. Dizem que os típicos esquemas de “Fair Isle” foram aprendidos pelos marinheiros espanhóis que sobreviveram ao naufrágio de Armada, e que o tradicional esquema de tricô “Gansey” aprendido por marinheiros ingleses que supostamente usaram o tricô como meio de identificação dos corpos encontrados nas praias. O fato é que não existe nenhuma evidência que suporte a existência do tricô até cerca do século 13 e nenhum fundamento de nenhuma destas estórias até o século 19.


Ninguém pode afirmar que o tricô mais antigo era circular ou reto, ou ainda que era trabalhado em agulhas retas ou com gancho (agulha de crochê). Historiadores pressupõem que o tricô originalmente era trabalhado em voltas e que o tricô reto foi desenvolvido mais tarde, pelo simples fato de que tricotar em voltas é mais simples, somente é preciso saber o ponto Meia, enquanto que para o tricô reto é preciso de 2 pontos: Meia e Tricô.


As peças mais antigas foram meias descobertas no Egito, onde o clima seco permitiu que fossem preservadas. Estes fragmentos são bastante comuns e podem ser vistos em muitas exposições, como Museu Victoria e Albert, em Londres; e Instituto de Arte de Detroit, em Michigan. Estas peças antigas de meias foram feitas em círculos com 2 fios de cores diferentes e são datadas de 1200 à 1500. Infelizmente, até que o tricô se estabeleceu na Europa Renascentista, a historia do tricô foi documentada apenas por poucas peças sobreviventes. A maioria destas peças foi encontrada em tumbas ou tesouros em igrejas. Sem documentação escrita, não há maneira de se afirmar se o tricô era amplamente difundido ou se apenas poucas pessoas com alta capacidade o faziam.


Durante o século 16, a moda mudou e calças muito curtas se tornaram muito populares, então tricoterias forneceram aos homens meias chiques para mostrar suas pernas.

A primeira máquina de tricô foi inventada durante o reinado da rainha Eilizabeth I por William Lee para aumentar a produção. A lenda diz que ele inventou a máquina após ver sua esposa trabalhar horas a fio produzindo meias. Supostamente, a patente foi recusada pela rainha por tirar trabalho de tantas mulheres.


Como os ingleses e outros europeus colonizaram o resto do mundo, a prática do tricô foi espalhada para as mais distantes terras.


Famosas escolas americanas incluíram em seu currículo o tricô, para manter meninos e meninas longe das travessuras, assim como para produzir suas próprias meias e luvas.


Este trabalho manual estava tão estabelecido, que quando a Guerra Civil Americana se deu, a mulher de classe média de ambos os lados, organizaram esforços para enviar as tropas peças de tricô. Provavelmente esta foi a primeira vez na história que o tricô esteve relacionado ao patriotismo, serviço público da mulher ao soldado, e não somente ao membro de sua família. No sul dos Estados Unidos, o tricô se tornou a maneira econômica de repor peças de vestuário de lã, uma vez que portos estavam fechados para importação.


Os ingleses também espalharam o tricô para a Índia, onde certos locais se tornaram famosos por suas meias de algodão.


Missionários levaram este trabalho manual para a China e Japão, onde hoje em dia são centros especializados nesta arte, ainda que não tenham tradição indígena.


Ao final do século 18 e início do século 19, a qualidade e quantidade de fios no mercado cresceram tremendamente. O fio de alta qualidade de algodão se tornou disponível pela primeira vez, e novos e mais leves fios de lã foram desenvolvidos do pêlo do carneiro Merino.

O avanço na impressão e a disponibilidade de livros de receitas de esquemas aceleraram a disseminação do tricô como atividade de prazer na classe média.


A explosão de artefatos tricotados pela “indústria feminina” no século 19 culminou com a Grande Exposição em 1851 na Inglaterra contendo alguns exemplos desta febre, como um vestido em ponto “lace”, em fio branco de algodão contendo 1.464.859 pontos.


O século 20 foi um sucesso sem paralelo para este mercado, onde se viu a criação de peças de tricô na alta costura como Schiaparelli e Chanel, e mais atualmente Perry Elis e Jean-Paul Gaultier.


E mais recentemente, é possível encontrar em todos grandes lançamentos das mais famosas “maisons” peças de tricô.


No Brasil, especialmente no Nordeste do país, a arte do crochê e da renda é muito mais difundida do que o do tricô.


Entretanto no sul do país, onde tanto o clima como a imigração européia, o arte do tricô é muito mais evidente.

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